Consulta nº 47 DE 15/12/2017
Norma Estadual - Tocantins - Publicado no DOE em 15 dez 2017
Aduz que opera no ramo de fabricação de sorvetes e picolés. Para tanto, adquire produtos, tais como embalagens para embrulhar picolés, palitos para picolés, potes plásticos para sorvetes, copos e tampas plásticas para sorvetes.
A Consulente, optante do Simples Nacional e estabelecida em Palmas/TO, possui como atividade principal a fabricação de sorvetes e outros gelados comestíveis (CNAE 10.53-8.00).
Aduz que opera no ramo de fabricação de sorvetes e picolés. Para tanto, adquire produtos, tais como embalagens para embrulhar picolés, palitos para picolés, potes plásticos para sorvetes, copos e tampas plásticas para sorvetes.
Do exposto, formula a seguinte
CONSULTA:
1 – Considerando-se que as aquisições destes materiais se agregam ao produto final, é correto afirmar que os produtos descritos acima deverão ser escriturados nos livros de entradas da empresa como aquisição para industrialização, e não como produtos para uso e consumo?
RESPOSTA:
Para a obtenção da resposta almejada, faz-se necessária a distinção entre o conceito de mercadorias destinadas a uso e consumo e mercadorias destinadas a insumos ou matérias primas para fabricação de outros produtos.
Em apertada síntese, podemos definir que mercadoria para uso ou consumo do próprio estabelecimento é aquela que não será utilizada para revenda ou que não será empregada na fabricação de outro produto.
Como exemplos de mercadorias para uso e consumo da consulente, podemos citar a resma de papel, caneta, lápis, freezer, ar condicionado, etc.; pois estas mercadorias não são por ela revendidas ou que não serão empregadas na fabricação de outros produtos.
Para os efeitos do disposto no Regulamento do ICMS do Tocantins, o inciso III do artigo 544 deste comando normativo dispõe o que é considerado industrialização:
Art. 544. Para os efeitos do disposto neste Regulamento, considera-se:
(...)
III – industrialização, qualquer operação que modifique a natureza, funcionamento, acabamento, apresentação ou finalidade de produto, ou o aperfeiçoe para o consumo, tais como:
a) a que, exercida sobre a matéria-prima ou produto intermediário, importe em obtenção de espécie nova (transformação);
b) a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, utilização, acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento);
c) a que consista na reunião de produtos, peças ou partes de que resulte um novo produto ou unidade autônoma (montagem);
d) a que importe em alterar a apresentação do produto pela colocação de embalagem, ainda que, em substituição à original, salvo quando a embalagem colocada se destine, apenas, ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou recondicionamento);
e) a que exercida sobre o produto usado ou partes remanescentes do produto deteriorado ou inutilizado, o renove ou restaure para utilização (renovação ou recondicionamento); (negritamos)
Haja vista que as mercadorias citadas na inicial concatenam-se com a legislação supra, infere-se que devem ser escrituradas nos livros de entradas como aquisições para industrialização.
À Consideração superior.
DTRI/DGT/SEFAZ - Palmas/TO, 15 de dezembro de 2017.
Rúbio Moreira
AFRE IV – Mat. 695807-9
De acordo.
Kátia Patrícia Borges Porfírio
Diretora de Tributação