Lei nº 2.333 de 26/10/2010
Norma Estadual - Acre - Publicado no DOE em 15 dez 2010
Dispõe sobre a utilização de peças de madeira de espécies oriundas da flora regional na construção de pontes em ramais e estradas vicinais do Estado do Acre.
O Governador do Estado do Acre
Faço saber que a Assembleia Legislativa do Estado do Acre decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Na construção de pontes e pontilhões em madeira de lei em ramais e estradas vicinais no Estado do Acre, além das exigências técnicas e legais inerentes ao processo licitatório, serão utilizadas, preferencialmente, peças provenientes de espécies oriundas da flora regional, especificadas no Anexo Único desta Lei.
Parágrafo único. As peças de madeira a que se refere o caput deste artigo serão submetidas a tratamento preservativo, de acordo com normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, pela aplicação dos seguintes recursos: pincelamento, aspersão, pulverização, imersão, banho quente-frio, substituição de seiva e autoclave (pressão).
Art. 2º Os proprietários e posseiros de áreas rurais do Estado do Acre que se dispuserem a doar madeira de sua propriedade, exclusivamente para os fins do disposto nesta lei, poderão realizar a derrubada de espécies previstas no anexo único, desde que formalizada a doação junto ao órgão ambiental, mediante entendimento prévio com o ente público responsável pela obra, que se responsabilizará, ainda, pelo controle e supervisão do uso da madeira doada.
Art. 3º Deferidas as autorizações de planos de manejo destinados à exploração madeireira, os beneficiários - pessoas físicas ou jurídicas - firmarão, obrigatoriamente, termo de compromisso no sentido de realizar a manutenção das pontes nos ramais utilizadas intensivamente na atividade-fim.
Art. 4º Caberá ao Departamento de Estradas e Rodagens do Acre - DERACRE fixar os limites de peso a serem suportados pelas pontes dos ramais localizados na malha viária do Estado, devendo, para tanto, afixar no local placas indicativas, de fácil visibilidade, contendo o regramento ora estabelecido.
Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo ensejará ao infrator as penalidades cabíveis, a serem aplicadas pelo Departamento Estadual de Trânsito - DETRAN, incluindo multa em valor que pode variar de cinqüenta a trezentas UFIR's e demais cominações cíveis e penais cabíveis, dependendo do grau da infração.
Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Rio Branco/Acre, 26 de outubro de 2010, 122º da República, 108º do Tratado de Petrópolis e 49º do Estado do Acre.
Arnóbio Marques de Almeida Júnior
Governador do Estado do Acre
ANEXO ÚNICONOME VERNACULAR | OUTROS NOMES | NOME CIENTÍFICO | DENSIDADE (g/cm3) | DESCRIÇÃO DA MADEIRAS |
CUMARÚ CETIM | cumaru cetim; muiratauá; amarelão; mirotoá muirajuba; pau mulato; muirajuba; garapa | Apuleia Molaris | 0,75 | Madeira moderadamente pesada, dura, de longa durabilidade, podendo ser atacada por cupins. Utilizado na construção civil, vigas, tábuas para assoalhos, pontes, mourão, dormentes, esteios e pontes. |
PIQUIÁ/PIQUI | piqui; piquiá; piquiá verdadeiro; petiá; amêndoa de espinho; amêndoa de peru, grão de cavalo, piquiá bravo, vinagreiro | Caryocar Villosum | 0,79-0,98 | Madeira pesada. Madeira empregada na construção naval, para confecções de casco de pequenas embarcações, arcos e cubos de rodas, pilões para obras expostas como dormente, postes, mourões, estacas etc. |
SUCUPIRA | sucupira pretas, sucupira da terra firme, sucupira da mata, cutiúba, sucupira do campo, sucupira da várzea. paricarana, sucupira-açu | Diplotopis Purperea | 0,78 | Madeira moderadamente pesada, usada em cruzetas, estacas, pontes, tesouras, vigas, caibros, esquadrias, batentes, janelas, painéis, lambris, forros; assoalhos, tábuas, tacos, parquetes. |
CUMARÚ- FERRO | cumarú, cumarú da folha grande, muirapagé, cumarú verdadeiro, cumarú roxo, cumbari | Dipteryx Odorata | 1,09 | Madeira pesada, dura e de alta resistência mecânica. Possui alta resistência natural ao ataque de organismos xilófagos. Indicado para construção civil, dormente, postes, pilares, ligamentos, vigamentos, assoalhos. |
ANGELIM | angelim da mata, angelim pedra | Hymenolobium Excelsum | 0,80 - 0,90 | Madeira resistente mecanicamente e naturalmente ao ataque de fungos apodrecedores, pesada e durável, usada na construção civil, fabricação de dormentes, postes, pilares, vigas e esteios. |
MAÇARANDUBA | maçaranduba verdadeira, ucuúbarana, ucuúba vermelha, ucuúba da folha grande, ucuúba maçaranduba branca | Manilkara Huberi | 1,04 | Madeira forte, pesada de alta durabilidade. Altamente resistente ao ataque de insetos e ao apodrecimento. É usado como dormentes, estacas, mourões, usada na fabricação de pontes, partes externa da construção civil. |
ITAÚBA | itaúba-preta, louro itaúba, itaúba amarela, "lorê", nhambiquaras, itaúba abacate, itaúba vermelha | Mezilaurus Itaúba | 0.96 | Madeira dura, pesada, durável e altamente resistente ao ataque de cupins. Indicado para utilização na construção civil, fabricação de dormentes, postes, pilares e construção de pontes. |
BÁLSAMO | pau-bálsamo, óleo vermelho, cabreúva vermelha, pau-vermelho, caboreiba-vermelha, bálsamo-caboriba, sangue de gato, puá, cabriúva-vermelha | Myroxylon Balsamum | 0,95 | Madeira pesada usada em vigamento de pontes, postes, dormentes ferroviários, cruzetas. |
ROXINHO | pau roxo da terra firme, pau roxo | Peltogyne Lecointei | 0,74 | Madeira pesada alburno estreito, usado em dormentes, ferroviários, cruzetas, esteios, estacas, tesouras, vigas, caibros. |
IPÊ AMARELHO | pau d'arco amarelo, ipê, pau d'arco. tamurá-tuira, pau d'arco da flor amarela; ipê amarelo; ipê branco, ipê pardo | Tabebuia Serratifolia | 1,08 | Madeira moderadamente dura, de alta resistência ao ataque e organismos xilófagos, sendo considerável madeira muito durável. Utilizada na construção pesada, assoalhos, postes, dormentes e pilares. |
TAMARINDO | azedinha, beijo-de-coco, beijo-de-coco, cururu, deninho, durinho, ébano, guamirim-preto, lataíbaba, ingá, ipu, itu, jataí, jataí-jataí, jataí-mirim, jataipeba, jataizinho, jataí, jataipeba, jataí-preto, jataí, jutaicica, jutaí-pororoca, jutairana | Dialium Guianensis | 1,12 | Madeira difícil de trabalhar, muito pesada, duríssima, não aceita prego. É indicada para aplicação em construção civil - vigas, caibros, tábuas, tacos para assoalhos, dormentes, lambris, carrocerias de caminhão e outras partes de veículos, postes, estruturas de pontes, obras externas e hidráulicas, cruzetas e cabos de ferramentas. |
LOURO CHUMBO | louro-pirarucu, canela-do-cerrado, louro-preto | Licarea Canela | 1,04 | Madeira forte, pesada de alta durabilidade. Altamente resistente ao ataque de insetos e ao apodrecimento. É usada como dormentes, estacas, mourões, usada na fabricação de pontes, usada na parte externa da construção civil. |
SAPUCAIA | castanha - sapucaia, sapucaia - vermelha, cumbuca-de--macaco, marmita-de-macaco, caçamba-de-mato | Lecythis Paraensis | 0,93 | Madeira pesada, dura e de elevada resistência mecânica e natural ao ataque de insetos xilófagos. É usada como dormentes, na fabricação de pontes, assoalhos, carrocerias de caminhões. |
SUCUPIRA AMARELA | cutiuba, macanaíba, sapupira, sebepira, sicupira, sucupira-da--mata, sucupira-pele-de-sapo, sucupira-de-terra-firme, sucupira-parda, paricarana | Bowdichia Nítida | 0,85 | Madeira de alta densidade, resistente ao ataque de fungos. É utilizada como dormentes, assoalhos maciços, postes, viga, pontes e decks de piscinas. |
MACACAÚBA | macacaúba, macacaúba preta, macacaúba vermelha, macacawood | Platymiscium Ulei Harms Fabaceae | 0,70 - 0,80 | Madeira moderadamente pesada; cerne castanho avermelhado com listras longitudinalmente enegrecidas; grã revessa e irregular; textura média; cheiro e gosto imperceptíveis. É fácil de trabalhar, recebendo bom acabamento. Marcenaria, compensado, carpintaria, ebanisteria, construção civil, tacos de assoalhos e bilhar, móveis de luxo, instrumentos musicais. |